quarta-feira, 20 de julho de 2011

Machu Picchu ou Montanha Velha,mas eu diria Montanha Sábia...



Machu Picchu não é um lugar para se descrever. É sem duvida nenhuma um lugar para sentir. Sentar e sentir o vento no rosto. Subir e descer suas escadarias e observar cada detalhe imaginando como você se sentiria vivendo ali. Sentir a mudança climática de calor, frio e umidade. Sentir-se em casa ao olhar aquelas montanhas e perceber que atrás delas estão escondidas a nossa maravilhasa Amazônia. Sentir-se vivo com o espetacular pôr do sol. Sentir-se em paz de saber que tudo passa, mas não se perde, não se apaga, que o que é bom fica.









sexta-feira, 8 de julho de 2011

Último dia e a chegada a Águas Calientes

Esse dia é pura empolgação. Parece que todos estão eufóricos. Vamos caminhar pouco, cerca de 9 km e chegaremos a Águas Calientes. Arrumamos tudo como de costume, café da manhã tomado e cajado nas mãos. Vamos de carro até a hidreléttrica onde começaremos a caminhada. Seguimos pelos trilhos dos trens. "Caminhando e cantando e seguindo a canção".



O corpo está inteiro hoje, recuperado e empolgado. E quer chegar logo e ver Machu Picchu. Mas a mente não quer chegar...não quer que acabe. Ambivalência da caminhada. A chegada não é o importante mais. Lembranças do "Guerreiro Pacifico": o importante é o caminho e não o fim. E a música dos Beatles na mente, all we need is love!
Calor, pernilongos e umidades...parece muito Birigui em época de verão, me sinto em casa.
Bromélias cobrem toda a encosta das montanhas. Lindissimo! Tenho um encanto especial por essa planta. Ela é um ecossistema completo, que coisa mais brilhante da natureza!
E enfim chegamos a Águas Calientes, felizes, inteiros, e prontos para ver a cidade perdida dos Incas.
A peregrinação acabou aqui, na pracinha da cidade, mas no meu coração continua até hoje todas as vezes que olho as lindas fotos do caminho e recordo cada momento.

3o dia e a paisagem muda completamente

Um dia muito longo. Acordamos cedo, café da manhã preparado com carinho, mas meu corpo ainda não queria saber de comer. Ele tinha muito a digerir internamente...
Achei que seria um dia dificil já que não havia me alimentado apropriadamente. E foi aí que aprendi na prática que a palavra apropriado, correto, adequado, ideal não quer dizer nada. São padrões da nossa mente racional, e que temos muita energia guardada, por mais que não sabemos onde.
Portanto, peguei meu cajado e segui, mais um dia caminhando. Trajeto mais fácil, muito mais plano. A floresta tropical nos rodeando. Teias de aranhas lindas em formas de funil e sua rede aberta coletando todo o orvalho da madrugada. Parecia uma obra de arte. Muitas frutas nas bordas: morangos silvestres, maracujas. Cachoeiras lindas cruzando o tempo todo nosso caminho. Calor e sol, muito sol. Caminhei quase o tempo todo sozinha e em silêncio. Silêncio completo, interno e externo.
Foram 13 km de caminhada. Não é muito, fácil de fazer. Mas os musculos estavam cansados da descida do dia anterior. Quando chegamos ao acampamento, tivemos que subir uma escadaria que para as minhas pernas pareciam o fim do mundo. Com o tempo a dor melhorou. Mais um aprendizado (Budismo na pratica): a vida é impermanência! Tudo passa, deixe que a dor passe por você!
No final do dia um brinde aos músculos guerreiros. Águas quentes para um banho em um poço recém descoberto após as enchentes do ano anterior. Uma antiga piscina natural no meio de uma paisagem que mais lembrava a lua. O rio coberto de pedras, a pequena cidade de Santa Tereza sofreu muito com as chuvas. Mas fomos abençoados com essa descoberta poucos dias antes.
Meu corpo agradecido pelo banho, pela comida quentinha e pela noite de sono ao lado do rio. Noite quente ao som da correnteza. Uma delicia!