domingo, 12 de junho de 2011
Eu me torno uma peregrina...
A tão esperada peregrinação...o motivo que me impulsionou a toda essa jornada!
Minha peregrinação na verdade começou muito antes de eu pensar em embarcar nessa viagem. Tudo começou no ano de 2009, com o aniversário de 40 anos do meu marido. Organizei uma festa incrível, numa boate badalada, muitos amigos, gente de perto e de longe, muita alegria, musica do nosso gosto, comidinha boa, um clima de amizade e carinho constante. Foi a melhor noite em uma boate da minha vida, da dele e de muitos amigos que estavam la. Após essa noite, eu comecei a refletir muito sobre os meus 40 anos, que não estava batendo na porta ainda, mas chegando de mansinho.
O tempo sempre foi uma preocupação na minha vida, não gosto da sensação de o tempo estar passando. E sempre me pego pensando que não aproveitei tudo que tinha. Mas a chegada dos 40 anos parece hoje em dia o novo debutar. Eu não debutei aos 15, diga-se de passagem. Preferi ganhar uma mobilete que era o máximo da liberdade na época permitida. E como eu aos 40 anos iria passar essa data? Uma festa na boate não fazia mesmo o meu perfil. Primeiro porque não sou uma pessoa super conhecida, nem popular, nem tenho tantos amigos assim para lotar uma boate! E não me entendam mal, eu tenho amigos. Sou uma pessoa de muitas irmãs espalhadas pelo mundo. Tenho amizades que são tão forte e verdadeiras que transcendem o tempo e a distancia. Sempre que encontro uma dessa amigas-irmãs é uma sensação de que estamos continuando a conversa de ontem a noite, apesar de as vezes anos sem nos ver.
Mas então como eu passaria meus 40 anos? Não sei dizer de onde nem quando surgiu essa ideia maluca, mas ela veio certeira: vou comemorar meu aniversário de 40 anos percorrendo o Caminho de Santiago de Compostela! Pronto, estava certo para mim. Era isso. Após essa revelação, minha mente racional começou a pensar, pesquisar, comentar, convidar amigas para acompanhar, etc, etc. Até que alguem disse "800 km? Você não vai dar conta." E aí que eu parei para pensar no que realmente eu estava me propondo. Eu queria me tornar peregrina e não maratonista como meu marido. E também precisava caminhar por esse caminho para me encontrar e não para provar para niguem que eu podia. E me fiz a pergunta: quanto eu consigo andar? Não sabia a resposta, nunca tinha andando mais de 10 km.
Foi então que em dezembro de 2010 eu entrei na academia, contratei uma personal trainer para me condicionar. Faltavam ainda 3 anos, mas eu precisava fazer testes antes de tentar Santiago. Na mesma época assisti a um programa do Alternativa Saúde no GNT onde eles tinham feito a trilha inca de Salkantay. Eram apenas 5 dias caminhando, algo em torno de 16 km por dia, e pensei, essa será minha primeira meta teste.
Propus a mim mesma 1 ano de treino para fazer a trilha. Mas o Universo conspira sempre que estamos prontas, e no final de janeiro recebo o telefonema da minha querida Marcinha, conversa vai, conversa vem...e eu digo a ela que minha meta esse ano era me tornar peregrina. Então ela me conta da viagem com Marco Shultz, já para maio, exatamente pela trilha Salkantay! Uma dadiva!
Depois disso foi treinar, treinar e treinar. Busquei ajuda de uma nutricionista "natureba" para comer direitinho, ganhando massa muscular e perdendo gordura, tudo com uma alimentação vegetariana no cardapio. O que foi essencial nesta fase de treino. Voce é o que você come (e o que você pensa e faz tambem). E pesquisei muuuuito, li tudo o que tinha neste google sobre trilha, sobre calçados, sobre roupas termicas, sobre o clima de lá, sobre experiências boas e ruins...
Enfim, não fui de gaiato mesmo. Fui para ser Peregrina. E vivenciar tudo o que o caminho me oferecesse.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário