terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Samtosa - contentamento

Acabei de ler esse texto no blog de minha querida amiga Marise (http://ayurvedicamente.blogspot.com/2011/12/samtosa-contente-com-tudo-o-que-deus-me.html?spref=fb). Achei tão fascinante e perfeito para o final do ano que simplesmente não queria perder esse texto de vista. E a melhor forma de não perde-lo é publicando e compartilhando com vocês mais esse aprendizado.


"Samtosa significa modéstia e sentimento de estarmos contentes com o que temos. Freqüentemente, esperamos que um resultado particular venha em conseqüência das nossas ações e, com a mesma freqüência, nos desapontamos. Mas não é preciso se desesperar. Em vez disso, deveríamos aceitar o que aconteceu. Esse é o significado real de samtosa – aceitar o que acontece. Um comentário do Yoga Sutra diz “o contentamento vale mais do que todos os 16 paraísos em conjunto”. Em vez de reclamar das coisas que deram errado, podemos aceitar o que aconteceu e aprender com isso. Samtosa engloba as nossas atividades mentais como estudo, nossos esforços físicos e até a forma como ganhamos a vida. É sobre nós mesmos – o que temos e como nos sentimos com o que Deus nos deu." (trecho do livro O coração do yoga - T.K.S. Desikachar)

Então me despeço de 2011 com gratidão a esse e muitos outros ensinamentos e com um brinde... a cada momento que teremos em 2012! Sempre agradecendo e aceitando o que nos acontece!
Namastê!



terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ganesha

Filho do Senhor Shiva e da Deusa Parvati é conhecido por ser o Deus com cabeça de elefante e corpo humano. Ganesha é um dos Deuses mais adorados da Índia, ele é invocado sempre que se inicia alguma empreitada ou negócio, e é conhecido por ser o removedor de obstáculos. Ganesh também é o patrono das viagens.

       

Om Gam Ganapatayei Namaha




Vamos invocar os atributos de Ganesha para nosso início de 2012...

Feliz Natal e um excelente ano para todos vocês.

O Beleza Zen - Centro de Qualidade de Vida entra em recesso de final de ano e retorna suas atividades em 15 de janeiro, com muita inspiração, luz e novidades.

Namaste,

Alexandra Pizzo

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Vida Simples

Inspirações para uma vida cada vez mais simples e feliz:

"As coisas mais simples da vida são as mais extraordinárias, e só os sábios conseguem vê-las."
Paulo Coelho

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.
Charles Chaplin


 Muito se falou do dia 11.11.11. Tive um dia quase igual aos outros, momentos felizes, momentos de raiva e egoísmo que eu procurei limpar com "ho´oponopono". Mas quase no final do dia eu tive minha experiência de vida simples. Minha filhinha de 9 anos perguntando se eu iria meditar ainda, se ela podia me acompanhar. Meditamos juntas pela primeira vez! Amei esse momento :-)

Com certeza o segredo esta na simplicidade das coisas...

sábado, 5 de novembro de 2011

Deixe a racionalidade de lado e abra seu coração - Portal 11:11

"Esse Portal é um canal direto com nosso Eu Superior, pelo qual podemos evoluir. Esse Portal - em suma - marca o fim da dualidade e a abertura para a Unidade, que é nossa Essência Divina."

"Para se conectar realmente com o Eu Superior é tão simples que muitos até duvidarão... Basta seguir com suas vidas, fazendo o melhor que puderem por vocês e pelos outros. Use a ética em todos os setores de sua vida, que com certeza, os selos irão se abrindo. Não pense mais sobre sua Missão, apenas faça sua parte nas mínimas coisas, afinal, o segredo está na simplicidade das coisas...
Vejam um botão de rosa que se abre numa linda flor... Quem poderia imitar tal feito? Ninguém. Entretanto ele é aparentemente tão banal e corriqueiro."


http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=2931

Muitas pessoas já me ouviram falar da necessidade que temos de aproveitar o agora e a vida simples. No nosso dia a dia não paramos mais para pequenos prazeres como ouvir a música que gostamos ou assistir ao por do sol. Nosso mundo rápido e estressado não nos permite perder tempo! Perder tempo? Quem não perde tempo com essas "bobagens", perde vida... 

Vamos deixar de lado a mística essas mudanças planetárias e acordar realmente para a vida que vivemos. É disso que estão todos falando. Da mudança de consciência que já percebo em muitas pessoas de que o agora é que faz o amanha. É como um agricultor distraído que não observa quais os grãos que está plantando. Dentre as sementes selecionadas sempre tem algumas ruins no meio. E se você não prestar atenção no que esta plantando agora, só poderá saber o que vai colher na hora que brotar no futuro. Assim como essas sementes são nossos pensamentos.

Isso é novidade para alguém? Entre em contato com o seu coração, veja o que você realmente deseja desta vida, emocionalmente. No fundo todos sabem o que precisam fazer. Todos nós sabemos, só não paramos para ouvir.


"Razão e emoção são dois planetas que não habitam
a mesma galáxia. Você SABE que sua dor é superável,
você SABE que amanhã vai encontrar um novo amor,
você SABE que é uma felizarda por ter saúde, família,
um teto para morar, mas você não SENTE assim.
E o sentimento é poderoso. Comanda-nos.
E a gente sucumbe. Feito um avião caindo do céu,
feito refém de um assalto do coração."

Crônica:A dor dos outros e a nossa - Livro: Non - Stop
Martha Medeiros


Namastê!
Alexandra




 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"A sabedoria vem de escutar; de falar, vem o arrependimento"


Por que as pessoas falam tanto? por Eliane Brum

Uma vez passei dez dias num retiro de meditação vipássana, no interior do Rio de Janeiro, para fazer uma reportagem para ÉPOCA. Havia muitas regras. Uma delas era o silêncio. Por dez dias era proibido falar. Também devíamos evitar olhar para as outras pessoas. O objetivo era silenciar a mente até que não houvesse nenhum ruído também dentro de nós. Foi uma experiência fantástica, que me mudou para sempre. Nunca antes estive tão em mim. E nunca depois voltei a estar.
O silêncio e um progressivo mergulho interno, em vez de me alienar do mundo, me conectaram a ele de um modo até então inédito para mim. Eu sentia cada segundo, por que eles demoravam a passar. Percebia o vento e as nuances das cores do céu e das folhas das árvores em detalhes. Olhava, cheirava, ouvia e tocava o mundo como se tudo fosse novo. Cada centímetro de terra era capaz de me ocupar por minutos. Sem palavras, a realidade me alcançava com mais força. Finalmente eu não apenas compreendia, mas vivia a poesia de Alberto Caeiro: “Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo”.
Antes que alguém tenha ideias, experimentei tudo isso sem nenhuma droga. Nenhuma mesmo. Não podíamos tomar álcool, fumar ou ingerir qualquer medicamento, nem mesmo aspirina. Minha droga era a lucidez. Naqueles dez dias, ouvi com mais clareza a mim mesma. E passei a escutar melhor o mundo em que vivia. Senti que finalmente estava no mundo. Eu era.
No décimo dia, voltamos a falar. O retiro acabaria no dia seguinte e precisávamos nos preparar para retornar a uma realidade cotidiana de ruídos e demandas excessivas. Lembro que eu não queria falar. Fiquei assustada quando todo mundo começou a falar ao mesmo tempo. Percebi que a maioria do que se dizia nunca deveria ter sido dito. Sobrava.
Uma parte eram fofocas que haviam sido guardadas por dias. E que poderiam ter ficado impronunciadas para sempre. Percebi, principalmente, que depois de dez dias de silêncio muitas de nós não queriam ouvir. Só falar. Poucas eram aquelas que realmente desejavam escutar a experiência da outra, a voz da outra. A maioria só queria contar da sua. Não tinham sentido falta de outras vozes, apenas do som da sua. Dez dias de silêncio não tinham sido suficientes para acabar com nossa surdez à voz alheia.
A reportagem foi publicada, com o título de “O inimigo sou eu”. Eu segui, guardando em parte o que aprendi lá. E tenho sentido falta daqueles dez dias de silêncio, agora que aumenta em níveis quase insuportáveis a poluição sonora dentro e fora de mim.
Acho que nunca escutamos tão pouco. E talvez por isso nunca fomos tão solitários. Quando faço palestras sobre reportagem, os estudantes de jornalismo costumam perguntar o que devem fazer para se tornarem bons repórteres. Minha resposta é sempre a mesma: escutem. Acredito que mais importante do que saber perguntar é saber escutar a resposta. Não apenas para ser um bom jornalista, mas para ser uma boa pessoa. Escutar é mais do que ouvir. Como repórter e como gente esforço-me para ser uma boa “escutadeira”.
É a escuta que nos leva ao mundo. E é a escuta que nos leva ao outro. Quando não escutamos, nos tornamos solitários, mesmo que estejamos no meio de uma festa, falando sem parar para um monte de gente. Condenamo-nos não à solidão necessária para elaborar a vida, mas à solidão que massacra, por que não faz conexão com nada. Não escutamos nem somos escutados. Somos planetas fechados em si mesmos. Suspeito que essa é uma época de tantos solitários em grande parte pela dificuldade de escutar.
Basta observar. As pessoas não querem escutar, só querem falar. Depois de muita observação, classifiquei cinco tipos básicos de surdos. Há aqueles que só falam e pronto. Emendam um assunto no outro. Fico prestando atenção para detectar quando respiram e não consigo. Acho que inventaram um jeito de falar sem respirar. E ganhariam mais dinheiro se entrassem em algum concurso de tempo sem oxigênio embaixo d’água. Aí, pelo menos, ficariam quietos por um momento.
 
Existem aqueles que falam e falam e, de repente, percebem que deveriam perguntar alguma coisa a você, por educação. Perguntam. Mas quando você está abrindo a boca para responder, já enveredaram para mais algum aspecto sobre o único tema fascinante que conhecem: eles mesmos.
Há aqueles que fingem ouvir o que você está dizendo. Você consegue responder. Mas, quando coloca o primeiro ponto final, percebe que não escutaram uma palavra. De imediato, eles retomam do ponto em que haviam parado. E não há nenhuma conexão entre o que você acabou de dizer e o que eles começaram a falar.
Existem aqueles que ouvem o que você diz, mas apenas para mostrar em seguida que já haviam pensado nisso ou que sabem mais do que você, o que é só mais um jeito de não escutar.
Há ainda os que só ouvem o que você está dizendo para rapidamente reagir. Enquanto você fala, eles estão vasculhando o cérebro em busca de argumentos para demolir os seus e vencer a discussão. Gostam de ganhar. Para eles, qualquer conversa é um jogo em que devem sempre sair vitoriosos. E o outro, de preferência, massacrado. Só conhecem uma verdade, a sua. E não aprendem nada, por acreditarem que ninguém está à altura de lhes ensinar algo.
É claro que há um mix das várias espécies de surdos. E devem existir outras modalidades que você deve ter detectado, e eu não. O fato é que vivemos num mundo de surdos sem deficiência auditiva. E uma boa parte deles se queixa de solidão.
É um mundo de faladores compulsivos o nosso. Compulsivos e auto-referentes. Não conheço estatísticas sobre isso, mas eu chutaria, por baixo, que mais da metade das pessoas só falam sobre si mesmas. Seu mundo torna-se, portanto, muito restrito. E muito chato. Por mais fascinantes que possamos ser, não é o suficiente para preencher o assunto de uma vida inteira.
Num ótimo artigo, intitulado Escutatória, o escritor Rubem Alves diz: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular”.
Quando não escutamos o mundo do outro, não aprendemos nada. Acontece com o chefe que não consegue escutar de verdade o que seu subordinado tem a dizer. A priori ele já sabe – e já sabe mais. Assim como acontece com a mulher que não consegue escutar o companheiro. Ou o amigo que não é capaz de escutar você. E vice-versa.
Tornamo-nos muito sozinhos no gesto de não escutar. Em Revolutionary Road (Sam Mendes, 2008), traduzido para as telas de cinema do Brasil como “Foi apenas um sonho”, a cena final é a síntese dessa relação simbiótica entre surdez e solidão. Não a surdez causada pela deficiência auditiva, mas essa outra de que falamos, esta que é mais triste por ser escolha. Quem viu, não esqueceu. Quem não viu, pode pegar o dvd em qualquer locadora. Essa cena final vale por alguns milhares de palavras.
Sempre pensei muito sobre por que as pessoas falam tanto – e por que têm tanta dificuldade de escutar. Qual é a ameaça contida no silêncio? O que temem tanto ouvir se calarem a sua voz por um momento? Por que precisamos preencher nosso mundo – inclusive o interior – com tantos ruídos?
Acho que cada um de nós poderia parar alguns minutos e fazer a si mesmo estas perguntas.
Percebo também que há uma pressão para que nos tornemos falantes. Ser falante supostamente seria uma vantagem no mundo, especialmente no mundo do trabalho. Mesmo que você não diga nada de novo, mesmo que você repita o que o chefe disse com outras palavras. Mas falar, qualquer coisa, é marcar presença, é uma tentativa de garantir-se necessário. E ser quieto, calado, é visto como um tipo invisível de deficiência. Como se lhe faltasse algo, palavras. Mas será que as palavras estão ali, nessa falação desenfreada? Ou melhor, será que quem fala está realmente naquele discurso? Tenho dúvidas.
Por qualquer caminho que se possa pensar, me parece que o silêncio soa ameaçador. Em parte, pelo que ele pode dizer sobre nós. Enchemos nossa vida de barulho, da mesma forma que atulhamos nossos dias de tarefas, com medo do vazio. Tarefas em uma agenda cheia constituem outro tipo de ruído. E o vazio também é uma forma de silêncio.
Em rasgos de intolerância, achava que os falantes compulsivos eram apenas muito chatos e muito egocêntricos. Que as pessoas não escutavam – o silêncio e o outro – por prepotência. Mas acredito que é bem mais complicado que isso.
Há dois livros muito interessantes que pensam sobre a escuta. A Hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault (Martins Fontes), e Como Ouvir (Martins Fontes), um livrinho pequeno e precioso de Plutarco. Eles mostram que escutar é se arriscar ao novo, ao desconhecido. Na audição, mais do que em qualquer outro sentido, a alma encontra-se passiva em relação ao mundo exterior e exposta a todos os acontecimentos que dele lhe advêm e que podem surpreendê-la. Ao ouvir, nos arriscamos a sermos surpreendidos e abalados pelo que ouvimos, muito mais do que por qualquer objeto que possa nos ser apresentado pela visão e pelo tato.
Faz muito sentido. As pessoas não escutam porque escutar é se arriscar. É se abrir para a possibilidade do espanto. Escancarar-se para o mundo do outro – e também para o outro de si mesmo.
Escutar é talvez a capacidade mais fascinante do humano, por que nos dá a possibilidade de conexão. Não há conhecimento nem aprendizado sem escuta real. Fechar-se à escuta é condenar-se à solidão, é bater a porta ao novo, ao inesperado.
Escutar é também um profundo ato de amor. Em todas as suas encarnações. Amor de amigos, de pais e de filhos, de amantes. Nesse mundo em que o sexo está tão banalizado, como me disse um amigo, escutar o homem ou mulher que se ama pode ser um ato muito erótico. Quem sabe a gente não experimenta?
Escutar de verdade implica despir-se de todos os seus preconceitos, de suas verdades de pedra, de suas tantas certezas, para se colocar no lugar do outro. Seja o filho, o pai, o amigo, o amante. E até o chefe ou o subordinado. O que ele realmente está me dizendo?
Observe algumas conversas entre casais, famílias. Cada um está paralisado em suas certezas, convicto de sua visão de mundo. Não entendo por que se espantam que ao final não exista encontro, só mais desencontro. Quem só tem certezas não dialoga. Não precisa. Conversas são para quem duvida de suas certezas, para quem realmente está aberto para ouvir – e não para fingir que ouve. Diálogos honestos têm mais pontos de interrogação que pontos finais. E “não sei” é sempre uma boa resposta.
Escutar de verdade é se entregar. É esvaziar-se para se deixar preencher pelo mundo do outro. E vice-versa. Nesta troca, aprendemos, nos transformamos, exercemos esse ato purificador da reinvenção constante. E, o melhor de tudo, alcançamos o outro. Acredite: não há nada mais extraordinário do que alcançar um outro ser humano. Se conseguirmos essa proeza em uma vida, já terá valido a pena.
Escutar é fazer a intersecção dos mundos. Conectar-se ao mundo do outro com toda a generosidade do mundo que é você. Algo que mesmo deficientes auditivos são capazes de fazer.

Segundo o Dalai Lama:

"É através da arte de escutar que seu espírito se enche de fé e devoção e que você se torna capaz de cultivar a alegria interior e o  equilíbrio da mente. A arte de escutar lhe permite alcançar sabedoria, superando toda ignorância. Então, é vantajoso dedicar-se a ela, mesmo que isto lhe custe a vida. A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância".

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Solidão...

              Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
              Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade.
             Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.
              Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida. .. Isto é um princípio da natureza.
              Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância.
           
  Solidão é muito mais do que isto.
              Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma....


       
      Francisco  Buarque  de  Holanda

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Último dia da Beauty Fair e do Congresso Internacional de Estética

Demorei para postar, pois foram dias intensos que tomaram toda a minha energia para voltar a rotina. Estar nestes eventos tão elaborados, bem organizados e repletos de novas informações realmente me deixam em estado de euforia ("vatiada" como falamos no Ayurveda). E só agora consegui novamente acalmar meu excesso de movimento (ar = vata) e colocar aqui o que aconteceu por la no ultimo dia da feira e Congresso.

O último dia começou calmo, sem grandes atores e estrelas. Mas com a apresentação de esteticistas brasileiras que elaboram um lindo trabalho de pesquisas e desenvolvimento de técnicas. A mais surpreendente de todas foi das baianas que elaboraram o Tutto Veloce, um protocolo para combate de celulite e gorduras localizadas express. Se baseia em três pilares. 1- profissional e cliente unidos na mesma causa; 2-menos tempo, mais sucesso e 3- princípios ativos. Depois de tantos dias vendo o que existe de mais surpreendente em aparelhos e cosméticos nanotecnológicos, nós esteticistas começamos a acreditar que as nossas mãos realmente serão substituídas por eles em breve. E então para surpresa de todos, duas garotas com uma técnica comum de massagem modeladora mostraram os melhores resultados apresentados neste congresso. E então volto a acreditar naquilo que sempre falei para minhas clientes: "não faço milagres, mas com o seu comprometimento no tratamento, uma dieta equilibrada e atividades físicas, podemos juntas sim moldar um corpo e melhorar partes inestéticas sem invasão, cicatrizes e com muita saúde e bem estar".

E falando em nano tecnologia, você sabe o que é isso? Nano vem da palavra grega nanos que quer dizer anão. 1 Nanômetro = 1 nm = um bilionésimo de metro!!! As nanopartículas são substancias muito pequenas que foram revestidas por silicone e permitem a melhor permeação  da substância na pele. Fiquem de olho nisso pois é a forte tendência mundial, permitindo que você aplique o produto uma vez na pele e ele libere a substância ao longo do dia protegendo por muito mais tempo. Já temos isso em cabine, em home care e logo chegarão os filtros solares que poderemos passar de manhã e ficar exposto durante o dia todo sem riscos! Um sonho de consumo não é mesmo?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Congresso Científico Internacional de Estética

Hoje o dia começou com uma palestra super especial de uma norte americana falando de Drenagem Linfática pelo método Vodder. Drenagem é um tema obrigatório em todos os Congressos de Estética, afinal é a massagem que realmente da resultados maravilhosos para vários casos estéticos e ainda problemas sérios de saúde e pós operatórios.

E foi só sucesso o dia a partir daí. Uma apresentação do Coaching Quântico que me deixou emocionada. É a aplicação prática de tudo o que venho estudando de física quântica, Pathwork e meditação para as pessoas que (como eu) não conseguem por em pratica e aí precisa de uma coaching para fazer o  "chicouching". Brincadeira que ficou uma palavra muito apropriada para os empadacos...

Uma nova visão do homem moderno pelo jornalista que faz as 4 maiores revistas masculinas do Brasil.

E para fechar o dia com chave de ouro, a palestra do Dr. Drauzio sobre envelhecimento. 

Muita coisa para falar, mas vocês precisam me perdoar hoje que o tempo esta curto, pois preciso empacotar todas as minhas comprar da feira para viagem. Estou levando novidades maravilhosas para celulite, gorduras localizadas. E um super creme corporal que colocaram na composição substâncias para estimular a aquaporine, aqueles canais que levam água (e portanto hidratação e nutrição) as células e já existia no gel facial (maravilhoso) da Bioage. Boa noite e amanhã tem mais...último dia de Congresso e feira!

domingo, 11 de setembro de 2011

Congresso Cinentífico Internacional de Estética e Cosmetologia

Segundo dia de feira Beauty Fair e primeiro dia de Congresso....
Antes de falar do congresso em si, vou falar um pouco da feira. Pois fazia muitos anos que eu não participava desta feira. É a segunda maior feira de beleza do mundo. Só perde para a Cosmoprof de Bologna na Itália. Falando isso ainda não dá para imaginar a grandeza deste evento. Eu estava desde ontem passeando apenas ali pelas áreas de Estéticas, onde encontrava todas aquelas marcas de cosméticos que já estou acostumada a encontrar na feira da Nouvelles Esthetic que ia todos os anos. Super organizado, apesar de muitas mulheres, o fluxo estava continuo, as filas para almoço e banheiros super controláveis. Mas antes de voltar para o hotel hoje resolvi dar uma voltinha na ala dos cabeleireiros e afins.

Vou abrir um parênteses aqui (eu deixei de frequentar eventos que envolviam cabeleireiros pois são muito tumultuados, cheios de shows e distribuição de brindes que faz com que a feira pare e você não consiga se locomover. Acabava o dia exausta e não via o que me interessava que era a Estética).
Bem, a ala dos cabeleireiros continua uma loucura assim, mas a dimensão desta feira esta realmente fora da compreensão. Só quando você vê tanta gente, tantas marcas, tanta festa é que se dá conta do que todos os anos a estatística dizem sobre sermos o terceiro maior mercado de beleza do mundo - perdendo apenas para os Estados Unidos e para o Japão. (Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/boachance/mat/2011/05/14/beleza-de-mercado-previsao-de-crescimento-de-30-favorece-negocios-contratacoes-924466270.asp#ixzz1XhMarbPu
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Graças a super organização do evento, as esteticistas estão isoladas desta muvuca toda. Nosso congresso corre bem, com tranquilidade e as marcas que usamos estão logo a mão.
Foto: Gigi Monteiro, atriz fez a abertura do evento.
Bem, vamos as novidades...
Muita coisa legal aconteceu no dia de hoje novamente. Começamos o dia com a presença do Dr. Guilherme Furtado, o doutor da beleza do Mais Você. Ele que é cirurgião plástico falou muito sobre prevenção e o quanto o trabalho da esteticista pode retardar e muito uma cirurgia plástica ou outros procedimentos mais invasivos.
Dr. Durval Ribas Filho é médico nutrólogo e ressaltou enfaticamente a necessidade que todos temos de atividade física e alimentação balanceada. E os alimentos funcionais chegaram para ajudar a nossa busca por uma vida mais saudável e bela. No processo de envelhecimento perdemos água e ganhamos gordura corporal. Os alimentos funcionais podem nos ajudar a retardar esse processo diminuindo gorduras e reduzindo a oxidação celular.  A tabelinha a seguir mostram alguns deste alimentos que devemos inserir na nossa dieta diariamente. Anote ai e cole na porta da geladeira para nunca mais esquecer.
E para aplicar todos esses conceitos a nutricionista e chef Eliane Kina nos ensinou umas receitinhas super praticas e saudáveis de como usar esses alimentos. Posto outro dia ok?

Quando Maria Rita Resende começou a falar das tendências mundiais foi uma enxurrada de informações. Sei que vocês vão querer anotar ai...
Aparelhos de análises da pele, como o Vectra M3 que escaneiam a pele da face em 6 câmeras e mostra em uma imagem 3D todos os resultados de tratamentos antes e depois com precisão.
Oxigenoterapia veio para ficar. Baseado na tecnologia de oxigênio hiperbárico, melhora a oxigenação cutânea, estimula o metabolismo da célula e permite permear princípios ativos na forma de loções, seruns, etc.
Cosméticos verdes e sustentabilidade também esta em pauta em todos os congressos do mundo. É uma preocupação de todos hoje em dia utilizar componentes que não afetem o meio ambiente, por exemplo, usado clones de plantas ao invés de retirar a planta mãe da natureza.
Proteção UV-A: regulamentado mundialmente agora a proteção UV-A deve ser de no mínimo 1/3 do fator de UV-B declarado na embalagem. Um produto com FPS 30 (proteção UV-B) o fator de proteção UV-A deve ser no mínimo FPUVA 10. Guardem essa nova sigla. Vamos começar a vê-la muito nos filtros e é importante como vocês podem ver no quadro a segui.
Dra. Sheila Gonçalves trouxe propostas novas e integrativas para o tratamento de celulite. Massagens, aparelhos e princípios ativos vindo das especiarias são a tendência mundial como mostra a revista New Beauty deste mês. Super Ayurvédico por sinal. Observem a capa com cardamomo, gengibre e cravo!
Adorei também a formula dessa cosmética ter acrescentado as aquaporinas, já bastante usadas em face por estimular a hidratação cutânea, elas agora podem ser administradas também nos tratamentos corporais para melhorar a pele e seu visual. Clientes me aguardem!!!
Muito mais coisas eu vi e experimentei no congresso e na feira. Porém não dá para passar todo esse conhecimento aqui no blog. Acho que passei para vocês o que me marcou mais no dia de hoje. Vou descansar agora pois amanhã tem mais e preciso de muito entusiasmo para absorver tudo. Uma boa noite a todos!!


sábado, 10 de setembro de 2011

4o Jornada Técnica de Massoterapia Beauty Fair

Hoje teve início a Beauty Fair, Feira Internacional de Cosméticos e Beleza. Serão quatro dias de feira com congressos paralelos em diversas áreas como Estética e Massoterapia das quais eu participo. Além de vários cursos pós congressos. No dia de hoje aconteceu a 4a Jornada Técnica de Massoterapia. Muita gente boa e conhecida palestrando e também algumas pessoas novas para mim. A qualidade estava ótima, organização surpreendeu e o número de participantes também.


O momento mais esperado foi sem dúvida a palestra da Dra. Vasha Santosh da Índia. Ela falou sobre Ayurveda Beauty Care e além dos conceitos de ayurveda para preservar a saúde e beleza, passou algumas receitinhas caseiras para aqueles momentos quando nossa pele não foi bem tratada por nós e perdeu a vitalidade. Experimente nesse domingão essa receitinha de esfoliação e hidratação corporal que adaptei para voce fazer em casa.

Esfoliar todo o corpo com mistura de aúcar e mel em movimentos suaves. Limpar com água morna. Massagem suave com óleo de gergelim. Aquecer o corpo em sauna, manta térmica ou cobertor. Aplicar em todo o corpo uma máscara feita de mamão papaya batido e deixar agir até secar. Retirar a máscara com agua morna.

Ainda não provei, mas só pelos ingredientes eu garanto que você ficará satisfeita com a maciez de sua pele, afinal o mel tira toda a oleosidade excessiva, o acúcar afina a pele e a enzima papaina presente no mamão é um poderoso cicatrizante (além de ser usado na culinária com amaciante de carne).

 Dr. Aderson mostrou a sabedoria milenar chinesa, sempre com sábias palavras.

Felipe Patto inspirou a todos com suas técnicas de pindas que trouxe do sul da Índia. Pinda Sweda é uma técnica de massagem que usa umas trouxinhas de bano recheadas de ervas, arroz e outros ingredientes terapeuticos. Além de relaxantes são ótimas terapias para dores e inflamações de articulações.


A Massagem Nativa foi também uma surpresa, pois o terapeuta Sthan Zannia é um índio tupi-guarani que estudou outras técnicas complementares e se especializou em cultura nativa dos índios norte e sul americanos. Sua massagem com base xamânica é inspirada nos movimentos de animais. Intuitiva, restaurativa e muito relaxante (só de olhar ja fui relaxante).

Muito mais conhecimento fou apresentado, mas essas notícias fresquinhas já são suficientes para aquecer a curiosidades de vocês. Amanhã tem mais...namaste!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Lugares sagrados

Quando voltei da Índia, minha filha, na época com 7 anos, se irritava todas as vezes que eu falava a palavra sagrado. O rio Ganges é sagrado, a comida é sagrada, os ratos não podemos matar porque são sagrados, o templo sagrado...e ela me questionava: mãe, mas tudo na Índia é sagrado? Eu eu explicava com carinhho para ela que lá as pessoas dão muito valor a tudo, a vida e ao que proporciona a vida. Não sei bem se ela entendeu, pois continua se irritando quando falo de Machu Picchu e Pachamama (mãe terra) e outras coisas sagradas das quais tenho experimentado nesses últimos anos.

Porém, nessas experiências ao redor do mundo tenho encontrado o que esses lugares tem de especial. E me instigam cada vez mais a ir até todos eles e provar dessa "energia" tão poderosa e maravilhosa que fornecem a nós.

Confesso que fui para a Índia um tanto quanto racional, cética e objetiva. Eu queria estudar Ayurveda. Eu queria saber mais dessa ciência milenar que nos acrescenta tanto no dia a dia. E o berço dela foi na Índia, portanto era lá que eu precisava ir. Mas nunca fui adepta dos hippies, hare krisnas e outras coisas desse tipo que vem para o ocidente. Tinha até uma certa aversão a tudo isso.

Porém, após 2 semanas vivendo e estudando em Rishikesh eu tive um final de semana livre. Neste dia, junto a um grupo de amigas queridíssimas, fomos tomar um banho no rio Ganges. Lá o rio é limpíssimo, águas azuis celestes das geleiras do Himalaia. Lindo! Tomamos nosso "banho sagrado", congelante e seguimos de volta para a vila. Aparentemente nada mudou, porém comecei a perceber que as pessoas de lá agora vinham até mim querendo conversar. Era como se aquele simples banho no rio tivesse retirado um véu que me cobria. Muito difícil de explicar aqui com palavras. Eu agora brilhava...

Isso mudou tudo no meu ceticismo. Eu passei a acreditar que alguns lugares no planeta realmente são mágicos. Não sei mesmo porque isso acontece. Também não conheço tantos assim, mas meu lado cientista a partir deste dia quis provar mais do mesmo. Machu Picchu foi a segunda experiência.

A terceira experiência foi totalmente surpresa. E esse é o motivo que estou escrevendo sobre lugares sagrados hoje aqui. Fui a França de férias com a família. No começo do ano nas minhas aulas de francês aprendi sobre uma ilha na França onde as marés tem a maior amplitude do planeta. Achei interessante a ideia e coloquei no meu roteiro de férias. Monte Saint Michel! Mas quando estava chegando lá, ainda a 10 km do local tive a primeira visão do monte! Emocionante...aquela abadia no alto no monte, ao longe, campos de trigo amarelinhos na paisagem ao redor de mim...
Esse local tem mais de 1300 anos, é lindo, é histórico, é contemplativo, é especial. Peregrinos do mundo todo iam para lá terminar sua vida.

Alguns lugares são mágicos mesmo...




"As pessoas sempre chegam na hora exata nos lugares onde estão sendo esperadas." - O Diário de Um Mago
Paulo Coelho

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Machu Picchu ou Montanha Velha,mas eu diria Montanha Sábia...



Machu Picchu não é um lugar para se descrever. É sem duvida nenhuma um lugar para sentir. Sentar e sentir o vento no rosto. Subir e descer suas escadarias e observar cada detalhe imaginando como você se sentiria vivendo ali. Sentir a mudança climática de calor, frio e umidade. Sentir-se em casa ao olhar aquelas montanhas e perceber que atrás delas estão escondidas a nossa maravilhasa Amazônia. Sentir-se vivo com o espetacular pôr do sol. Sentir-se em paz de saber que tudo passa, mas não se perde, não se apaga, que o que é bom fica.









sexta-feira, 8 de julho de 2011

Último dia e a chegada a Águas Calientes

Esse dia é pura empolgação. Parece que todos estão eufóricos. Vamos caminhar pouco, cerca de 9 km e chegaremos a Águas Calientes. Arrumamos tudo como de costume, café da manhã tomado e cajado nas mãos. Vamos de carro até a hidreléttrica onde começaremos a caminhada. Seguimos pelos trilhos dos trens. "Caminhando e cantando e seguindo a canção".



O corpo está inteiro hoje, recuperado e empolgado. E quer chegar logo e ver Machu Picchu. Mas a mente não quer chegar...não quer que acabe. Ambivalência da caminhada. A chegada não é o importante mais. Lembranças do "Guerreiro Pacifico": o importante é o caminho e não o fim. E a música dos Beatles na mente, all we need is love!
Calor, pernilongos e umidades...parece muito Birigui em época de verão, me sinto em casa.
Bromélias cobrem toda a encosta das montanhas. Lindissimo! Tenho um encanto especial por essa planta. Ela é um ecossistema completo, que coisa mais brilhante da natureza!
E enfim chegamos a Águas Calientes, felizes, inteiros, e prontos para ver a cidade perdida dos Incas.
A peregrinação acabou aqui, na pracinha da cidade, mas no meu coração continua até hoje todas as vezes que olho as lindas fotos do caminho e recordo cada momento.

3o dia e a paisagem muda completamente

Um dia muito longo. Acordamos cedo, café da manhã preparado com carinho, mas meu corpo ainda não queria saber de comer. Ele tinha muito a digerir internamente...
Achei que seria um dia dificil já que não havia me alimentado apropriadamente. E foi aí que aprendi na prática que a palavra apropriado, correto, adequado, ideal não quer dizer nada. São padrões da nossa mente racional, e que temos muita energia guardada, por mais que não sabemos onde.
Portanto, peguei meu cajado e segui, mais um dia caminhando. Trajeto mais fácil, muito mais plano. A floresta tropical nos rodeando. Teias de aranhas lindas em formas de funil e sua rede aberta coletando todo o orvalho da madrugada. Parecia uma obra de arte. Muitas frutas nas bordas: morangos silvestres, maracujas. Cachoeiras lindas cruzando o tempo todo nosso caminho. Calor e sol, muito sol. Caminhei quase o tempo todo sozinha e em silêncio. Silêncio completo, interno e externo.
Foram 13 km de caminhada. Não é muito, fácil de fazer. Mas os musculos estavam cansados da descida do dia anterior. Quando chegamos ao acampamento, tivemos que subir uma escadaria que para as minhas pernas pareciam o fim do mundo. Com o tempo a dor melhorou. Mais um aprendizado (Budismo na pratica): a vida é impermanência! Tudo passa, deixe que a dor passe por você!
No final do dia um brinde aos músculos guerreiros. Águas quentes para um banho em um poço recém descoberto após as enchentes do ano anterior. Uma antiga piscina natural no meio de uma paisagem que mais lembrava a lua. O rio coberto de pedras, a pequena cidade de Santa Tereza sofreu muito com as chuvas. Mas fomos abençoados com essa descoberta poucos dias antes.
Meu corpo agradecido pelo banho, pela comida quentinha e pela noite de sono ao lado do rio. Noite quente ao som da correnteza. Uma delicia!

domingo, 26 de junho de 2011

2º dia: A subida ao Salkantay


Comecei esse dia com uma saudade muito profunda das minhas filhas. Acordamos ao pé da montanha, muito frio, tudo branco pela geada da noite anterior. Sentimentos a flor da pele pela expectativa da subida, pela noite mal dormida com os pés congelados, e com a noticia que minha companheira de quarto não seguiria mais essa peregrinação comigo.

Ali no pé da montanha senti uma profunda solidão. Sabia que aquela jornada seria solitária e muito interior. Equipados seguimos após cantarmos juntos um mantra a Pachamama (mãe terra). Silêncio...

Um brilho de uma pedra...muita saudade...lagrimas...

Subida íngreme! Falta de ar...poucos pensamentos...

Após os 4000 metros de altitude, não sei mais como tudo aconteceu. Eu comecei a ter tonturas. Lembro muito pouco de tudo, apenas sei que meu guia me colocou no burrinho e minha maior aprovação começou ali, aprendendo a me integrar com aquele animal. A sudida é assustadora. Os cavalos vão em zigzag pela estreita trilha, um abismo ao lado, andando rente ao penhasco, com as pedrinhas caindo conforme eles pisam. Se existia alguma ancestral Amazonas na minha estória, eu a invoquei. Eu estava em panico ali.

E então tive a luz, a clareza de saber que aquele medo fazia parte da minha peregrinação. Como nada na vida é por acaso, aquele evento também tinha sido programado por mim. Eu precisava passar por aquele medo e a entrega total a um ser que me guiaria até o topo. E gratidão por ele estar ali e me proteger. E tudo se acalmou...chegamos ao topo.

Silêncio...

A visão magnífica da montanha Salkantay...

Ar frio e seco...Falta de ar...





A descida foi intensa. Muita atenção para não escorregar. Mas, leve, doce, feliz. Ver a paisagem se alterando foi lindo. Saimos do extremo frio e seco, sem vegetação, arido, pedregoso, e conforme descemos o verde vai tingindo a paisagem. Primeiro uma vegetação rasteira e alguns riachos, que se formam pelo descongelameto da neve das montanhas. Agua cristalina, gelada. Passamos por dentro das nuvens. Nosso acampameto de almoço foi surreal. Fog completo, estamos no céu? Sim, estavamos no meio das nuvens! Comida saborosa feita com capricho e carinho. Mas meu estômago e intestino não quiseram digerir mais nada a partir deste dia. Mal da altitude, efeito emocional ou contaminação? Não sei, provavelmente um pouco de cada.

E segui, dali em diante controlando o emocional e racional, que falavam para mim o tempo todo que eu precisava comer, que sem comer não se anda. Mentira! Descobri isso após o café da manhã do terceiro dia, ainda sem comer. Palavras sábias do meu mestre. O que aconteceu a seguir foi que sempre que eu pegava meu cajado e começava a andar tudo passava. Vazio. Uma música de fundo na minha mente, eu, o caminho e o cajado. Só no momento que eu parava nos acampamentos que meus pensamentos, medos e diarréias conseguiam me alcançar. Inexplicavelmente!

Agora eu sei o que é manter um estado de meditação continuo. É estar 100% no agora. Entregue ao que acontecer. Mas guerreira para enfrentar.




sexta-feira, 17 de junho de 2011

1º Dia de Peregrinação

Segundo um provérbio chinês "uma imagem vale mais do que mil palavras".
Então vou deixar hoje fotos e sentimentos apenas sobre o primeiro dia.
Sentimento inicial: ansiedade!















Sentimento final: deslumbramento!
Segundo o dicionário o significado de Deslumbramento
s.m. Ofuscação momentânea da vista causada por muita luz.
Fig. Maravilha; fascinação; encanto.

Essa montanha coberta de neve e imponente com certeza causou-me deslumbramento.

Para terminar com mais um provérbio chinês: "Uma caminhada de mil léguas começa sempre com o primeiro passo".